quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Note que a nota mais alta é notada nas notáveis escolas federais...

Saíram as notas do ENEM e a surpresa foi grande. Muitas exposições sobre baixo desempenho, sobretudo na redação que eu, particularmente, achei um tema muito bom de trabalhar, mas isso não vem ao caso. O que achei mais valioso nisso tudo foi o fato das escolas federais terem obtido o maior resultado dentre as instituições. Mas seria este um ponto a se comemorar ou seria algo para nos entristecer?

Vemos que as instituições de ensino federal promovem uma educação de qualidade, com professores remunerados de forma mais satisfatória que as escolas públicas municipais e estaduais e nos questionamos o que eles fazem para fornecer um aprendizado mais qualificado. As respostas podem vir de diversos lados, mas basicamente é porque a educação nestas instituições é conduzida da maneira como deveria ser em todos os níveis públicos. Logo, a análise breve promove a conclusão de que a federalização como alternativa ao sistema educacional público que temos é o melhor caminho.

Segundo dados apurados pelo Senador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação no governo Lula, é possível federalizarmos o sistema absorvendo em torno de 9% do PIB e correspondendo, com isso, as diretrizes orçamentárias relativas a educação. Com isso, a União ofereceria um sistema de ensino onde deixaria ao menos equalizada as oportunidades para pessoas de diferentes classes. O que assistimos hoje é um abismo que separa o ensino público do privado, onde o aluno de escola pública, quando quer ter mais chances em provas de vestibular ou concurso, paga um curso preparatório para concorrer com aqueles que possuem maior saúde financeira.

O que precisamos não é fomentar a discórdia ou a luta de classes. Antes disso, devemos nutrir gerações inteiras de um aparato intelectual potente, onde o dinheiro é secundário. Precisamos adotar a educação como a maior bandeira nacional, tendo em vista que o investimento neste setor gera economia em segurança, saúde e diversas outras áreas. Jamais seremos impotentes diante da perspectiva de melhoria social, principalmente quando se trata de um caminho tão glorioso como o do engrandecimento do intelecto de nosso povo.

É necessária uma reforma educacional onde o modelo seja repensado. Vemos jovens ingressar na escola e dela saírem por pura obrigação, sem perceber o real valor da instrução que lhes é dada. Para isso, é necessário capital e o Estado o tem. Precisamos antes de qualquer coisa de uma mobilização nacional em prol da reforma educacional, porque assim as demais reformas virão naturalmente por intermédio de uma sociedade mais homogênea e instruída. É fundamental que esteja nas mãos de intelectuais sérios e comprometidos a missão de serem os depositários do conhecimento que deve se perpetuar em solo brasileiro. Vemos hoje um ensino seletivo que mostra aos nossos jovens uma realidade, por vezes, muito distorcida daquilo que realmente acontece no Brasil e no mundo.


A partir do instante em que ricos e pobres estudarem em uma mesma escola sem diferença de classe, encarando-se de igual para igual, promoveremos uma verdadeira revolução. E esta será linda e pacífica, talvez tortuosa em seu princípio, mas ainda assim nos renderá doces frutos em um futuro não tão distante. Quando o filho do bóia fria estudar na escola do filho do latifundiário, quando o filho do servente estudar na escola do diretor da multinacional, quando meu filho estudar na escola do filho dos parlamentares, estaremos em um caminho de tijolos amarelos onde ao final obteremos coragem para lutar, cérebro para pensar e o principal, coração para amarmos uns aos outros de maneira igualitária.

terça-feira, 15 de março de 2011

Os Invisíveis contra o Exército dos Negligentes

É com profunda tristeza que acompanhamos os acontecimentos no Japão. Invariavelmente assistimos aos noticiários recheados de números chocantes e notícias cada vez mais desagradáveis. Em um passado recente acompanhamos o desastre provocado por um tremor em alto mar que gerou um tsunami onde os continentes asiático e africano foram duramente castigados. Na ocasião, foram contabilizados cerca de 180.000 mortos e mais de 50.000 desaparecidos.

Outros abalos causaram um impacto tremendo na população mundial, como o terremoto na China e principalmente o tremor no miserável Haiti. Já não bastasse as mazelas vividas por aquele povo devido as condições econômicas do país, o cismo levou consigo cerca de 200.000 vidas. A comoção global fora inevitável diante de uma legião de órfãos e desabrigados praticamente desprovidos de esperança para recomeçarem.

Sem nos determos nos inúmeros cataclismos que aconteceram no mundo nos últimos tempos, vejamos os desastres que ocorreram no Brasil atualmente. Citemos como exemplo somente o desastre ocorrido no Vale do Itajaí em 2008, as enchentes no nordeste em 2010 e os deslizamentos na serra do Rio de Janeiro no começo de 2011. A quantidade de atingidos nestes três eventos foi tamanha que os donativos chegaram de todas as partes do país em quantidades sem precedentes.

Da mesma forma que o auxílio existiu para nossos conterrâneos, o povo brasileiro se mobilizou para ajudar os que padeceram em catástrofes ao redor do mundo. Caminhões e aeronaves carregavam toneladas de donativos para as vítimas e quase que em uníssono ouvia-se em coro o comentário de que "o brasileiro é caridoso". Até aonde vai tal afirmação? Seria justo fazermos um bom julgamento de um povo que acolhe aqueles que são acometidos por tragédias esporádicas, sem dúvida comoventes, mas ao mesmo tempo se blinda contra desgraças cotidianas?

Pois bem, devemos antes de mais nada nos colocar no lugar de semelhantes nossos que sofrem dia após dia com a fome, a pobreza e sobretudo a exclusão social. Se olharmos para cada cidade no Brasil encontraremos famílias inteiras em uma situação lastimável. Muitos destes casos são acompanhados de histórias comoventes de superação diante de uma vida castigada por duros golpes que deixam chagas eternas. As vezes estas chagas habitam os corpos desses indivíduos, mas certo é que sempre a alma carrega o maior resquício do que lhes afeta.

Nas metrópoles brasileiras vemos aglomerados de casebres sem segurança, saneamento, iluminação. Nenhuma condição que possa vir a caracterizar tais locais como habitáveis. E, no entanto, um sem número de pessoas vivem nestes lugares. Nas regiões norte e nordeste apresentam-se quadros que nós, que vivemos em locais um pouco mais privilegiados, não temos idéia e muito menos paramos para meditar a respeito. A região norte abriga em seu território um grande número de pessoas que vivem a margem do rio Amazonas, desprovidas de atendimento médico próximo, sem lazer da forma como conhecemos, sem escola que possua condições de fornecer as ferramentas necessárias ao ensino daqueles que farão o futuro desta nação.

Da mesma forma, na região norte existem escolas onde os estudantes não possuem cadeiras, nem mesas, não são abrigados por teto nem parede. Sem contar os agravantes climáticos que não permitem os trabalhadores do campo exercerem suas atividades de forma satisfatória. Os que vivem em regiões urbanas podem não ser tão atingidos pelos problemas supracitados. Todavia, acredito que se não sofremos da mesma forma não quer dizer que devemos esquecer os que padecem. As duas regiões mais pobres geram uma situação vexatória para um país dito emergente e líder de América Latina.

Ausentando-se do norte ou nordeste, analisemos nossos grandes centros urbanos. Quem vive em uma capital está cansado de conviver com semelhantes nossos que habitam comunidades miseráveis, onde a perspectiva de um futuro melhor passa longe. Vítimas de uma condição social menos favorecida, não são acometidos somente pela dificuldade financeira mas também sofrem devido a um pré conceito formado pelo simples fato de residirem em um local reconhecido por problemas comuns de áreas mais pobres como o tráfico e outros crimes.

Relatar os problemas e as dificuldades de camadas sociais inferiores no Brasil nos tomaria um tempo enorme e uma fartura de páginas que não cabem em nenhum lugar. Sendo assim, baseando-se nos exemplos supracitados e em todos os outros percalços que conhecemos e acometem os brasileiros, como podemos encontrar veracidade na afirmação de que o brasileiro é, realmente, caridoso? Auxiliar as pessoas que sofrem devido ao um incidente amplamente divulgado na mídia, por mais que tenha sido uma fatalidade terrível, é muito mais fácil por nos causar uma comoção praticamente outorgada. Mas se não vemos algo deprimente através dos relatos expostos nos jornais, simplesmente não ajudamos os que necessitam?

Devemos nos colocar no lugar de todos os que vivem no nordeste, no norte, nas favelas, nas regiões mais pobres do país. Nos colocar no lugar das crianças que remam quilômetros para obter ensino, ou que caminham debaixo de um sol escaldante para receberem ensinamentos sentados nos próprios calcanhares. Devemos pensar em todos aqueles que diante de um frio rigoroso não possuem agasalho suficiente para encararem o inverno. E a todos aqueles que a fome é cruel todos os dias, mas castiga e dói mais ainda quando no dia vinte e quatro de dezembro muitos confraternizam diante de uma mesa farta e eles comem o pouco doado por alguém que possui tão pouco quanto eles.

Estas pessoas que sofrem com todos estes pesares devem sentir-se invisíveis diante da avalanche de donativos que são entregues as vítimas de catástrofes naturais. Obviamente, devemos ajudar aqueles que de forma inesperada foram castigados por desastres naturais, mas ao mesmo tempo desgraças sociais machucam nosso povo todos os dias, sem que nos demos conta. O pior é que muitas vezes nos damos conta, mas negligenciamos a situação. Com isso, os invisíveis tem que lutar contra as dificuldades da vida e contra um exército de negligentes que enxerga o problema mas não se compadece a não ser da boca pra fora. A compaixão do coração é quase nula. Que todos aqueles que nada fazem para ajudar ao próximo lembrem-se da Terceira Lei de Newton. Se a lei não agir nesta vida, a pluralidade existencial fará que a reação ocorra, mais cedo ou mais tarde.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A morte bate a sua porta

Domingo de sol. Um dia tranqüilo como outro qualquer para Jorge Villeman.
Um jovem senhor de cinqüenta e um anos com hábitos que praticava diariamente, como regar suas plantas, varrer a casa e após estas tarefas, saborear um café forte e sem açúcar enquanto lia o jornal em sua aconchegante poltrona.
De certo que no domingo era tudo feito com mais calma, aproveitando o clima dominical que proporciona o sagrado descanso semanal.
Em seu jardim, enquanto borrifava água fresca em suas plantas, viu o céu azul, ouviu o canto dos pássaros e sorriu. Nada poderia ser melhor. Era solitário, mas estava habituado a viver desta forma e a eminente aposentadoria tornava o momento ainda mais sublime.
Apesar de uma aparente amargura, Jorge era um homem feliz. Seu aspecto sisudo era relacionado a frieza adquirida no seu trabalho. Era médico legista no IML.
Naquele domingo ensolarado, com uma sinfonia de pássaros alegres o café até parecia mais saboroso. A poltrona parecia adequar-se com simetria ao seu corpo. Quando abriu o jornal não havia tragédia nem mesmo nas páginas policiais. Respirou fundo e soltou uma exclamação de alegria. "Ah!", exclamou Jorge. Ateu convicto, não tinha divindade alguma a agradecer. Todos os seu méritos eram provenientes de seu esforço.
Foi então que ouviu uma batida na porta. Na porta dos fundos. Não havia forma de alguém entrar pelo fundo de seu pátio visto que sua residência era constituída de altos muros e seu estimado jardim localizava-se na parte de trás de sua casa. A frente era destinada praticamente a entrada do eremita moderno. Levantou-se e com receio foi ver do que tratava-se as pancadas na porta.
Deixou o café na mesa da sala, enrolou o jornal e colocou embaixo do braço. Ajeitou o roupão, passou a mão no rosto e fez um movimento circular com os ombros. Foi caminhado lentamente, pendendo a cabeça para o lado direito demonstrando claramente a desconfiança e o nervosismo.
Bateram novamente. Ele parou. Pensou em recuar mas seguiu, acompanhado de tremores leves e uma intensa vontade de urinar. Enfim, abriu a porta.
O susto foi grande ao ver um homem sério, alto, vestindo uma roupa preta larga. Um cabelo arrumado, aspecto pálido e nariz pontiagudo e proeminente, estendeu sua mão grande para saudar Jorge.
_Bom dia, Sr. Jorge.
_Aaah! - gritou Jorge, e deu uma passo para trás.
_Quem é o senhor? Como entrou aqui? Vou chamar a polícia!
_Fique a vontade meu amigo.
Jorge correu para o telefone e o homem ficou parado na porta, assistindo tudo com um leve sorriso de indiferença. Quando Jorge discou os números, o telefone estava mudo. Mexeu nos fios, bateu no aparelho. Nada, nenhum sinal. Pegou o celular. Fora de área. Nunca estava fora de área, pois a operadora que ele utilizava mantinha uma antena de transmissão a três quadras de sua casa.
Com o celular na mão, Jorge olhou lentamente para o extático homem na porta. O estranho lhe disse:
_Quanta deselegância, não deixastes nem eu me apresentar.
_Mas que diabos! Quem é o senhor?
_Sou a morte.
_Que piada é essa?
_Não é piada meu caro, sou eu, a morte. Não tenho denominação, nem preciso destas formalidades mundanas. Sou apenas um agente enviado para buscar os seres cuja hora soou.
_Mas como assim, eu estou ótimo! E além do mais, eu conheço bem a morte! Lido com ela todos os dias!
_Não, não excelentíssimo Sr. Jorge. Não conheces bem a morte. Prova disso é que nem me reconhecestes no momento em me viu na sua frente. E a título de correção, o senhor trabalha com corpos e não com a morte. Quem proporciona o desligamento da matéria e vislumbra este sutil acontecimento sou eu. O trabalho do senhor consiste em analisar as causas que levaram os indivíduos a cederem ao meu convite. Na verdade, é um convite outorgado.
_Mas isso é impossível!
_Nada é impossível.
_Vem a serviço de quem??
_Do Ser incriado que tudo criou.
_Eu não creio nisso!
_O problema é do senhor.
_Vou morrer quando for a minha hora, não agora.
_Estas certo, vais partir somente na sua hora. As oito e quarenta e sete da manhã. Antes disso não.
Jorge olhou quase que instantaneamente para o relógio.
_São oito e trinta e dois!
_Quinze minutos tens para aproveitar a vida. Depois disso, a morte é o que lhe convém.
_Acho que estou enlouquecendo. Não tem ninguém nessa porta.
Jorge fechou os olhos por alguns segundos e abriu logo em seguida, bem devagar. Olhou para a porta e não tinha ninguém.
_Sabia que só podia ser loucura minha...aaah! - gritou ele ao sentir o peso de uma mão em seu ombro. -Como veio parar atrás de mim?
_Sou incorpóreo homem ignorante. Não me desloco pelos mesmos meios que vocês.
_É sério tudo isso? Eu não vou morrer! Não posso morrer!
_É sério, meu caro. E que questionamento foi este? Não podes morrer? Vou avisar as hostes celestiais que temos um imortal trabalhando no IML. Meu amigo, minha paciência é curta e tem muita gente cuja hora chegou. Preciso levar todo mundo ainda hoje. Você é o segundo.
_Quem foi o primeiro?
_Tem coisas que não é dado ao homem saber.
_Nem se for meu último pedido?
_Que diferença vai fazer?
_Sei lá, uma última vontade.
_Oito e trinta e seis.
_É a morte ou o cuco? Precisa me narrar as horas?
_Não estou narrando as horas, estou lembrando que tens mais onze minutos. Trinta e sete. Dez agora.
_Não acredito! Tenho tanta coisa pra realizar, tanto a fazer! Não pode ser a minha hora...
_Não tens mais nada a fazer. Se não fizestes até agora, em cinqüenta e um anos, não fará agora em dez minutos. Ouço esta história todos os dias, não falha um.
_Que história?
_"Não é a minha hora". É a sua hora sim rapaz. E é melhor fazer a barba, tomar um banho e vestir-se bem. Não tem família nem amigos, apenas conhecidos. Providencie seu bem morrer porque caso contrário ficarás com este roupão ridículo estatelado neste museu que chamas de casa.
_Oras! Não fale assim deste local que construí com anos de trabalho!
_Coitado. Vai morrer de desgosto?
_E porque não?
_Porque não, sua causa de morte será outra.
_Qual será?
_Curioso?
_Sim.
_Já vais descobrir.
_Quando?
_Daqui a cinco minutos.
_Ai meu Deus!
_Oh! O ateu chamou por Deus!
_Força de expressão...
_Se antes vossa senhoria não gostava, agora muito menos. Dezesseis meses antes da sua sonhada aposentadoria ele manda eu vir te buscar.
_Pro inferno vocês!
_A gente não. Você eu não sei.
_Desgraçado este Deus que antes de eu realizar meu desejo ele manda me buscar!
_Desgraçado acho que é o senhor, que nem um grão de linhaça deu a um pássaro durante a vida.
_E isso faz diferença no fim?
Com um sorriso quase que demonstrando prazer de tão irônico, respondeu a morte:
_O senhor está a três minutos de descobrir...
_Cansei desse jogo!
_Se é jogo, já tem um perdedor.
_Como sabe?
_O seu passado desconheço mas do seu futuro tudo eu sei.
Jorge ficou em silêncio. Olhou ao seu redor e traçou rapidamente uma rota que não tivesse obstruções para sua fuga. Pulou a mesa que estava entre a morte e ele, desviou do sofá pegou a chave que estava ao lado do telefone e correu em direção a porta de saída. Eram três fechaduras. Olhou no relógio, constatou que faltava um minuto. A morte estendeu o braço sobre o ombro e lhe disse:
_Deixa que eu lhe ajudo.
Jorge teve um mal súbito e caiu, desfalecido. Despertou e levantou-se imediatamente. A porta estava aberta. A morte lhe abraçou e saiu com ele vagarosamente.
_Meu caro, vamos indo que no caminho eu lhe explico.
_Mas esta não parece minha rua...
_Muita coisa não é o que parece.
_Para onde estamos indo?
_Você vai encontrar o Wagner Martinez. Eu tenho que visitar um vizinho seu.
_Mas o Wagner morreu há três anos!
_Não encontra-se você melhor do que ele neste momento.
_Como assim, eu morri?
_Fique tranquilo, o Wagner também era ateu.
_E daí?
_Deus prefere os ateus. Adeus.
O corpo de Jorge ficou atrás deles, caído com um roupão ridículo no solo da solitária residência.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O DESAFINADO CORO DOS CONTENTES

A ilusória percepção da felicidade
Por D.M. Santellano









A compreensão humana a respeito do sentimento de felicidade baseia-se em critérios duvidosos. Enquanto sorrimos, um sem número de semelhantes sofrem, dia após dia, sem proporcionar o sentimento de compaixão na maioria das pessoas que possuem uma condição existencial satisfatória. O argumento de que os que sofrem não é por acaso torna-se transviado quando a agonia sobre nós recai, e percebemos então que os males não atingem apenas o próximo.

Quando há a afirmativa de que estamos felizes na maioria das vezes é sincero tal veredicto. Porém, a sinceridade na afirmativa daquele que a profere não exclui a análise superficial da conclusão. Posto que vivemos em um mesmo mundo, sejam os necessitados ou os fartos, devemos obrigatoriamente ter um ponto de vista coletivo em se tratando de alegria. Esta deve ser humanamente compartilhada.

Não devemos colocar um sentimento tão nobre em um lugar tão baixo, onde o deleite dos contentes é um prato a ser desfrutado as escondidas no meio de uma multidão de famintos. O trabalho do justo é proporcionar um banquete para todos que estão desnutridos de felicidade e precisam, com urgência, dos nutrientes que ela tem a oferecer. E sem dúvida tais nutrientes são mais poderosos que a droga mais bem elaborada que podemos ter conhecimento.
No entanto, a parte mais degenerada moralmente está de tal forma enraizada que é capaz de borrar toda a bela obra Criada e transformá-la em um quadro abstrato sem sentido cuja a matéria prima é constituída pelas lágimas e pelo sangue de milhões de miseráveis que gritam por auxílio diariamente. São gritos estridentes que não se fazem ouvir por uma legião de surdos com uma deficiência adquirida propositalmente. É melhor não perceber para não ter que se envolver.



Devemos exercer nossa individualidade quando em busca do auto-conhecimento a fim de obtermos uma elevação espiritual. O domínio interior é desperto quando o indivíduo possui consciência da sua grandeza e como reflexo disso aprende a respeitar o próximo. Só que no âmbito social é diferente e o individualismo converte-se em egoísmo tolo e irracional. O sentido de comunidade deve estar presente em todos nós e, sobretudo, devemos buscar evolução conjunta para que a felicidade se converta em algo mundial, não restrito.
Se desejamos ser felizes, o sorriso deve estar presente em todos e não apenas naqueles que não padecem de dificuldades. O sofrimento, a dor, a morte e a velhice fatalmente estarão presentes em nossas vidas. Mas cabe aos que tem condições mais favoráveis fornecer auxílio a fim de amenizar os percalços que naturalmente estarão dispostos em nosso caminho.

Sendo assim, a felicidade só é completa se for global. Não há maneiras de desvincular a felicidade de um da tristeza de outro. Para que possamos gozar de pleno sentimento de alegria, devemos contribuir na melhoria da humanidade, porporcionando o crescimento moral e social de uma forma progressiva e ordenada. Quando surge a afirmativa de que somos felizes não olhamos para o lado.















Certo é que podemos nos regozijar diante da nossa existência, e agradecer tudo que a nós e concedido pela Providência. No entanto, a vibração que habita cada partícula universal é a mesma, e nossos semelhantes que apenas conhecem a angústia da fome, da doença e da solidão carregam um fardo que por nós pode ser diminuído seja por ações ou até mesmo por elevações de pensamento.

A humanidade é como um gigantesco muro onde cada um de nós é uma pedra fundamental na cosntituição deste. Este muro é uma represa para que um oceano de mazelas físicas e morais não ultrapasse nossa barreira coletiva. A medida que um de nós fraqueja uma pedra da represa abre vasão. Consequentemente, outras cederão após o rompimento da primeira. Nossa missão é nos fortalecermos, nos unir cada vez mais a fim de que a água do outro lado da nossa represa metafórica seja purificada e possa enfim nos banhar com bem aventurança.


Devemos ir em busca de nossa felicidade sobretudo através do amor ao próximo e a prática da caridade. Só assim, com a extensão do sentimento individual de alegria é que poderemos aspirar a chegada de um novo tempo, com a renovação da consiência humana. Uma orquestra se faz com todos os intrumentos em harmonia para que a melodia final seja bela e encantadora. Um instrumento desafinado põe a música em dissonância. Assim como o coro deve ter vozes afinadas para cantar a melodia cuja qual é uma ode a felicidade. Só que no mundo atual anda desafinado o coro dos contentes. Vibremos então que seja por pouco tempo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Jorge Ben Jor - Os Alquimistas Estão Chegando

Composição: Jorge Ben Jor


Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Os Alquimistas
Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas...(2x)

Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Êh! Êh! Êh! Êh!...

Eles são discretos
E silenciosos
Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho
A hora e o tempo
Do seu precioso trabalho...

São pacientes, assíduos
E perseverantes
Executam
Segundo as regras herméticas
Desde a trituração, a fixação
A destilação e a coagulação...

Trazem consigo, cadinhos
Vasos de vidro
Potes de louça
Todos bem e iluminados
Evitam qualquer relação
Com pessoas
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido...

Êh! Êh! Êh! Êh!
Êh! Êh! Êh! Êh!...

Os Alquimistas
Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas...(2x)

Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Oh! Oh! Oh! Oh!...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ZARATHUSTRA (ZOROASTRO)

Boas palavras, Bons pensamentos, Boas ações
Por D.M.Santellano


No final do séc. VII e início do séc. VI a.C. Zarathustra (Zoroastro na forma grega) reformou a religião que os Iranianos herdaram dos Indo-Iranianos (1500 a.C aproximadamente).

Longe do contato com as civilizações da Babilônia, Zarathustra ensinou as tribos seminômades no nordeste Iraniano.
Levando em conta tradição iraniana cuja qual afirma que Zarathustra viveu 258 anos antes da conquista da Pérsia por Alexandre Magno (330 a.C.) e considerando que ele converteu o rei Hystaspes com 42 anos, podemos concluir que ele viveu entre 630 e 553 a.C..
Sua doutrina foi influente no desenvolvimento do Judaísmo e do Cristianismo, bem como do pensamento Islâmico e da Grécia antiga. Judeus e Cristãos identificaram Zarathustra como alguns de seus profetas, incluindo Ezequiel e Baruch.

A influência de Zarathustra no Ocidente é muito marcante. Diz-se que este foi mestre do grande Iniciado Pitágoras. Muitos livros escritos em grego são atribuídos a Zarathustra, livros tais que tratam de ciências naturais, astrologia e magia.
Foi visto como mago durante toda a idade média, sendo tal visão alterada somente no século XVIII, devido a ação dos estudiosos europeus liderados por A.H. Anquetil-Duperron. No século seguinte, Nietzshe, com o propósito de atingir seus objetivos literários e filosóficos mostrou Zarathustra não como um dos primeiros moralistas, mas sim como o primeiro dos imorais, em sua clássica obra "Assim falava Zarathustra"

Os Persas que emigraram para Índia por pressão dos muçulmanos conservam viva a religião de Zarathustra até os dias atuais. Além de fornecer base ética e moral ao tradicional politeísmo Iraniano, Zarathustra não se ateve somente as reformas religiosas. Foi crítico do nomadismo e sua luta pela fixação do homem à terra auxiliou na introdução da agricultura na região. Como eram os Iranianos criadores de gado, procuravam condições que lhes fossem convenientes para tal prática, buscando o melhor local para desempenharem a atividade plenamente. Com isso, viviam ao ar livre e atribuíam às forças natuirais certa devoção. Acreditavam num deus que cuidava do céu (Asman); num outro da Terra (Zam); outro da Lua (Mah); outro das águas ( Anahita ) e assim por diante. Este panteão era denominado Ahuras.



Os Vedas da Índia influenciavam diretamente a religião Indo-Iraniana na época, sendo Mitra e Varuna um dos deuses adorados pelo povo. Sendo a sociedade dividade em classes (governantes e sacerdotes, guerreiros e o povo) cada classe tinha seus próprios deuses a serem adorados. Nas classes mais elevadas, os sacerdotes (Karapans) praticavam-se rituais com sacrifício de animais e ingestão de uma bebida sagrada a base de uma erva chamada soma. A ingestão da bebida provocava sensações de imortalidade e visões do Nirvana. Anos mais tarde os Iranianos aprenderam a manipular o bronze, domesticaram o cavalo e muitos se tornaram guerreiros que iam à busca do gado alheio. Estes guerreiros, sem lei, adoravam os deuses da guerra e seus sacerdotes eram denominados Kavi, sendo estes grandes manipuladores da magia negra.
Enquanto na Índia havia maior compreensão do Universo e da natureza, na Pérsia o povo criou uma adoração mais motivada pelo medo do que pela fé. Ocorria-se um acontecimento natural de grande proporção tratavam-se como ira Divina, sendo então oferecido sacrifícios de animais para satisfazer a colera da deidade que manifestou tal ação.

Foi neste ambiente que nasceu Zarathustra, com a missão de corrigir estas distorções. Em meio ao politeísmo, afirmara que havia UM ser supremo regulador do Universo chamado Ahura Mazda. Tal óptica era completamente diferente do que era apresentado na época. Desde a tenra idade interessou-se por questões fundamentais como quem era o ser que ordenara criação e era capaz de implantar nos seres as boas aspirações. Dotado de grande sabedoria, desde cedo cultivava o silêncio e aos quinze anos já era conhecido por sua obra religiosa e a prática da caridade para com os necessitados, anciãos e animais. Aos vinte anos deixou o lar para viver em completa solidão durante sete anos, retirado em uma caverna na montanha. Antes de regressar ao seu povo, aos trinta anos recebeu uma Revelação Divina e então foi iniciado por uma série de sete visões. Após este episódio ainda vagou a procura da Verdade, totalizando assim dez ano de solidão.



"Um dia, quanto tinha a idade de trinta anos ele dirigiu-se para o rio Daiti onde ao cruzá-lo o Seu corpo submergiu na água - primeiro até os joelhos, depois até a cintura, e depois até o pescoço. Após atravessar para o outro lado ele executou o Yasna - ritual de Ijashne - quando então se apresentou a Ele uma Entidade brilhante e ardente que indagou o que ele queria. Zarathustra expressou o seu desejo que era entender a "Verdade". Então todas as perguntas que lhe atormentavam foram-lhe respondidas, pois o desejo dele era aprender sobre a Natureza e o Ser Supremo. A Entidade ardente - em chamas - era a Divindade da Mente Boa que disse para Zarathustra fechar os olhos e assim o transportou ao Tribunal de Ahura Mazda. Lá Ele viu o Deus Supremo, a Quem ele estava buscando com o coração e a alma. Viu Ahura Mazda ladeado por outras divindades poderosas, o Amesha Spentas. Zarathustra viu o Deus e o Seu luminar como uma incorporação da Pura Luz Celestial e Pureza Incorruptível Suprema".



O que o profeta sabia através de sua intuição foi corroborado por aquela visão, ou seja, pelo próprio Ahura Mazda. Compreendeu assim que Ahura Mazda era o senhor Todo-Bom e Todo-Sábio que emanava para as criações somente o que há de melhor, sem rival nenhum como preconizava o Mazdeísmo. Entendeu que todo o mal é gerado somente pelos seres humanos.

"Zarathustra pediu compreensão quanto ao tipo de Ser que era Ahura Mazda. Este lhe revelou então que Ele era verdadeiro, aquele de Quem se originou a caridade, tudo o que podia fazer as pessoas felizes; aquele que deu origem ao fogo, a água e os animais, com consideração e reverência, e que agia como protetor deles. Que a pessoa deveria ser um ser íntegro no mundo de homens, pois só assim ela poderia chegar ter felicidades e tornar-se imortal". Então "Ahura Mazda ordenou a Zarathustra que estabelecesse na mente das pessoas o pensamento divino, e que buscasse no reino espiritual a felicidade mesmo nas próprias aflições".

Começou então sua missão após esse episódio. Desde os trinta até os quarenta anos não foi ouvido por ninguém, a não ser seu primo. Todos duvidavam de sua experiência extrasensorial e de sua doutrina. Os sacerdotes o perseguiram severamente, como já ocorria antes mesmo de ter sua revelação. Sendo assim, teve Zarathustra que refugiar-se por um tempo e neste caminho chegou a um local onde o governante chamava-se Vishtaspa. Ficou dois anos tentando convencer o rei sem sucesso. O rei mantinha o argumento de que não deveria crer naquele estranho.
Assim foi, até certo dia um dos cavalos do rei adoeceu. Seus sacerdotes tentavam curá-lo de todas as maneiras possíveis, inclusive oferecendo sacrifícios para salvar o animal. Nesta empreitada, a discórdia perante o método mais eficiente para cura chegou a gerar atrito entre eles, até que Zarathustra, que foi criado em um ambiente rural, percebeu que o animal estava intoxicado. Sugeriu a Vishtaspa um tratamento muito utilizado em suas terras e o rei aceitou por não haver mais alternativas a que recorrer.
Dois dias após a medicação aplicada por Zarathustra o cavalo estava curado.
Todos acreditaram que um milagre havia sido operado para que o eqüino se visse livre da enfermidade. No entanto, Zarathustra afirmou que não havia feito nada além de ter utilizado a boa mente e os conhecimentos adquiridos em casa. Vishtaspa ficou encantado com tamanha sinceridade. Poderia o profeta ter tirado proveito da situação, mas sua humildade prevaleceu. Com isso, em pouco tempo não só o rei Vishtaspa e sua família foram iniciados, mas grande parte de seu povo.

A busca de Zarathustra deu-se como a de muitos profetas. A sociedade apresentava uma distorção nas respostas oferecidas, e então ele lança-se em busca das suas respostas motivadas pelo estado de convivência injusto de seu tempo. Aparece aí uma diferença por não tratar especificamente do problema da morte em seu legado. Formulou perguntas que o levaram a mais questionamentos ainda, nem sempre acompanhados de respostas. Descobriu assim o que queria, mas não como sendo um conhecimento privativo seu, mas sim algo que pode ser descoberto por qualquer um. Foi um homem comum que a partir de seu esforço e grandeza espiritual conseguiu perceber que vivemos em um mundo bom, criado por um Deus bom e destinado a uma alegria radiante.

Segundo sua visão, os problemas relacionados entre os opostos bem e mal tem sua solução na mente humana, cabendo ao homem manter bons pensamentos que organizam o mundo e a sociedade. Em contrapartida, os maus pensamentos fazem o contrário. Fica a critério do ser humano exercer o livre arbítrio para conduzir seu destino. O Cosmos passa a atuar a favor daquele que escolhe o caminho da boa mente e o que opta por alimentar a mente má carrega a angústia consigo. Não se trata de uma escolha definitiva visto que é um mecanismo dinâmico e progressivo. A escolha não determina a condenação ou salvação de ninguém, é apenas parte de um processo de aprendizagem ininterrupto cujo progresso de cada ser auxilia na evolução conjunta. O ciclo somente estará completo quando todos atingirem o mesmo patamar evolutivo.



A condição perfeita da parte garante o funcionamento perfeito do todo. A religião proposta por Zarathustra trazia em seu conceito o princípio da alegria participativa, colocando cada um como um parceiro de Deus em um projeto maior para a humanidade a partir da escolha do cultivo da Boa Mente, de Boas Palavras e de Boas Ações. Trata-se da ética da responsabilidade. Esse esforço, que inicialmente é individual e continuará a sê-lo, recebe, contudo o poder transformador de Deus, que traz em si todas as virtudes: justiça, retidão, cooperação, verdade, bondade etc. O poder transformador de Deus age no mundo em todos os setores e especialmente nas pessoas que lhe abrem a mente. Ele incentiva e capacita o ser humano à escolha e à prática do bem.

As pessoas que vão descobrindo a capacidade que têm de fazer essa opção vão se unindo na descoberta natural de que são parte de um todo magnífico, que se forma em parceria com Deus. Nesse sistema não há lugar de destaque a fé ou para a crença. Não é necessário crer; é preciso saber e agir de acordo com o que se sabe. Temos aqui, então, a religião do conhecimento. É a razão que se sobrepõe à fé e à emoção.

Sob o ponto de vista de Zarathustra o ser humano não é colocado como o centro Universal. Ao contrário, sua proposta era que o ser humano buscasse de forma harmoniosa ocupar seu lugar no mundo, sempre praticando bons atos e reverenciando a terra, o ar, a água, o fogo e todos os seres viventes. Esta reverência é uma forma de pensamento constante na doutrina de Zarathustra. Seu Deus não elegeu um povo escolhido, era abrangente. Nos ritos de sua religião até mesmo as mulheres poderiam tomar partido na liderança. Não havia distinção racial de espécie alguma em sua pregação.

Um dos pontos mais positivos na doutrina de Zarathustra é a lacuna que ele deixa para que sejam levantados mais e mais questionamentos, quase que impondo um desafio para seguirmos em busca de respostas, descobrindo a verdades pouco a pouco em um movimento de progresso dinâmico. Em seus cânticos ele faz 93 perguntas que fica sem respostas e nisso fica demonstrado a ausência de arrogância, a humildade deste ser de espírito tão grandioso. Com esta atitude ele não se coloca como dono de uma Verdade absoluta e, sobretudo demonstra que o que buscamos não cabe na especulação da restrita mente humana.



Em sua doutrina é ensinado ao indivíduo buscar sua autonomia e vivenciar sua individualidade. A partir da emancipação individual o homem conhece-se a si mesmo e cria uma concepção mais clara do próximo, obtendo-se assim a noção de comunidade. Diante disso, não ocorre uma exclusão do ego, pelo contrário, o ego se torna fator chave na aproximação com o próximo. Sendo o ego composto de aspirações elevadas vem a ser poderoso e determinante na capacidade de doação e desprendimento. Uma sociedade mais justa deve ser moldada perante estes conceitos de livre escolha, boa mente e buscando o bem comum a todos os seres. Os governantes e líderes devem ser escolhidos através de seu senso de justiça e por seu equilíbrio.

Zarathustra viveu em um tempo conturbado e difícil. Todavia, não via o mundo como um local completamente degenerado. Ao invés disso, percebia esta realidade como uma página de um processo evolutivo do qual todos fazemos parte. Devemos buscar nossa evolução para auxiliar no crescimento conjunto. Tal perspectiva de realidade vai de encontro com o que se pratica até os dias atuais no ocidente onde a recompensa e a punição nos são colocadas como principais fatores para nos estimular ou conter.



O Zoroastrismo consta de um conjunto de composições poéticas conhecidas pelo nome Gathas, composto pelo próprio Zarathustra e preservado durante milênios pelos zoroastrianos. No transcorrer dos anos acumularam-se muitos outros escritos em torno do Gathas, contudo muito deles foram destruídas pelos gregos e muçulmanos, especialmente durante a invasão mongol.

Zarathrusta foi martirizado aos 77 anos de idade por enquanto se encontrava orando em frente ao fogo sagrado no Templo.

O Gathas foi escrito num idioma muito antigo conhecido como Avesta relacionado de perto com o Sânscrito. Nele Zarathustra afirma que existe só Um Deus - Ahura Mazda - transcendente, mas em relação constante com os seres através de certos atributos. Estes atributos são o modo como Deus chega ao mundo. Embora não haja especificado o número exato de Atributos mesmo assim menciona especificamente sete deles em um conjunto chamado o Amesha Spentas. Cada um destes encarna um atributo de Deus, como também uma virtude humana. Eles também são símbolos para os vários setores de Criação:

Vohu Maca - Pensamento Bom - conectado com Animais
Asha Vahishta - Justiça e Verdade - Fogo e Energia
Kshathra - Domínio - Metais e minerais
Spenta Armaiti - Devoção e Serenidade - A terra
Haurvatat - Inteireza - Águas
Ameretat - Imortalidade - Plantas
Spenta Mainyu - Energia Criativa - os seres humanos.


Postado por D.M. Santellano

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tao Te Ching


O Tao Te Ching ou Dao de Jing, comumente traduzido pelo nome de "O Livro do Caminho e da sua Virtude" , é um dos antigos escritos chineses mais conhecidos e importantes. A tradição diz que o livro foi escrito em cerca de 600 a.C. por um sábio que viveu na Dinastia Zhou chamado Lao Tzi ("Velho Mestre"), como um livro de provérbios relacionados com o Tao , e que acabou servindo como obra inspiradora para diversas religiões e filosofias, em especial o Taoísmo e o Budismo Chan (e sua versão japonesa o Zen).

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CRÉDITOS:
Tradução: Mestre Wu Jyn Cherng
Fonte: Sociedade Taoísta do Brasil